Higiene Oral: Vamos tirar algumas dúvidas?

Em primeiro lugar vamos falar sobre o flúor:

Tem a capacidade de fortalecer os dentes, tornando-os mais resistentes contra a doença mais prevalente da cavidade oral, a cárie dentária;
A fluorose dentária é o resultado da ingestão excessiva de flúor durante a formação do esmalte dentário;
Assim sendo, temos que ter em atenção a concentração de flúor apresentada nas pastas de dentes. Até o paciente ter a capacidade de cuspir o excesso de pasta deveremos usar pastas de 1000ppms de flúor. Quando o paciente deixa de engolir a pasta são aconselhadas pastas de 1450ppm de flúor.
Uma das recomendações mais importantes é a quantidade a colocar na escova. Até aos 3 anos colocamos um grão de arroz cru. Após os 3 anos a quantidade é semelhante à de uma ervilha.
As cerdas das escovas normalmente têm cores que ilustram a quantidade de pasta, como mostra a imagem. As cerdas azuis correspondem ao grão de arroz.

Já que falei em escovas, elas têm que:

Ter a cabeça pequena;
Terem bastantes cerdas, ou seja, serem bastante farfalhudas;
No caso dos bebés o cabo pode ser em formato mordedor, como a escova representada na imagem, para ajudar na exploração sensorial da boca do bebé e para ajudar quando os dentes estão a nascer.

Em relação ao fio dentário:

Deve ser utilizado a partir do momento em que nascem os dentes e têm dentes vizinhos bem juntos, por isso durante o primeiro ano e meio do bebé;
Deve ser utilizado antes da escovagem da noite pois durante a sua utilização são libertados restos de comida que depois com a escovagem são lavados. Se fosse utilizado depois da escovagem ficávamos com resíduos na boca.
Para a limpeza ser eficaz devemos passar entre os dentes “raspando” de um lado e do outro soltando os restos de alimentos que possam estar agarrados aos dentes.
Como utilizar o fio pode ser bastante desafiante, recomenda-se um fio com cabo para facilitar a tarefa aos pais.

Etapas da Escovagem:

Bochechar a boca com água (quando já o conseguem fazer) para retirar excessos de comida;
Passar o fio dentário;
Escovar os dentes;
No final não passar por água, para o flúor ficar a atuar durante as horas seguintes na remineralização do dente. A isto se chama escovagem seca!

Escovagem ideal:

Devemos escovar os dentes durante dois minutos;
Fazer movimentos circulares com a escova para conseguir escovar a gengiva e o dente;
Fazer movimentos para a frente e para trás nas superfícies que mastigam os alimentos (como se fosse uma vassoura);
Escovar bem as partes de trás dos dentes;
Não esquecer no fim escovar a língua, como é demonstrado na imagem seguinte.

Por fim, e não menos importante são as idades em costumam nascer e cair os dentes, a chamada cronologia da erupção dos dentes, como podem observar na imagem seguinte.

Normalmente, o período da troca para os dentes definitivos ocorre a partir dos 6anos de idade podendo variar de uma criança para outra, dado que cada criança tem as suas características individuais.

O primeiro molar definitivo nasce atrás do último dente de leite, em cada canto da boca por volta dos 6anos, muitas vezes na mesma altura em que os incisivos inferiores definitivos começam a erupcionar. Devemos estar muito atentos porque devido ao formato dos dentes e à sua localização têm mais tendência a acumular placa bacteriana e a ficar com cáries.

O mais importante é fazer controlos periódicos com um odontopediatra.