As desordens temporomandibulares constituem um grupo de patologias que afetam os músculos da mastigação

A articulação temporomandibular é uma articulação complexa que permite os movimentos da mandíbula (maxilar inferior) necessários para falar e mastigar, movimentos que habitualmente não apresentam restrições e são indolores.

Quando a articulação está disfuncional (com dor ou limitação) definimos como disfunção da articulação temporomandibular ou desordem temporomandibular.

Desordens temporomandibulares

As desordens temporomandibulares constituem um grupo de patologias que afectam os músculos da mastigação, a articulação temporomandibular e/ou estruturas associadas.

A seguir às dores crónicas da região lombar, as desordens temporomandibulares são a segunda condição de dor crónica músculo-esquelética e a mais prevalente na região orofacial, afetando 5-12% da população.

A maior incidência desta patologia atinge a faixa etária entre os 20 e 45 anos, sendo mais frequente nas mulheres do que nos homens. Com o avanço da idade a necessidade de tratamento representa cada vez maior relevância.

O sinais e sintomas mais comuns são a dor orofacial, os ruídos (estalos) ou crepitações (sensação de areia) da articulação, a limitação e desvios nos movimentos mandibulares.

São exemplos de queixas dos pacientes a dor no local da articulação, ouvir ou sentir estalos ou sensação de areia ao abrir ou fechar a boca, ter sensação de boca presa, ter dor de cabeça ou cansaço nos músculos da mastigação.

A etiologia desta disfunção é multifatorial e individual sendo considerados como fatores etiológicos as desordens do sono, o stress físico, emocional e oclusal.

De entre os fatores etiológicos das desordens temporomandibulares podem salientar-se os fatores predisponentes que aumentam o risco de disfunção, os fatores precipitantes que desencadeiam o seu início e os fatores perpetuantes, que impedem a cura e favorecem a permanência da disfunção.

Nos fatores etiológicos precipitantes estão incluídos os comportamentos orais que são microtraumatismos (traumas repetitivos de baixa intensidade).

Os comportamentos orais englobam uma ampla gama de comportamentos que envolvem os músculos orais e faciais mas sem ter uma finalidade funcional e são exemplo disso:

  • apertar/ranger durante o sono (bruxismo do sono);
  • apertar/ranger os dentes durante horas em que acordado (bruxismo diurno);
  • criar tensão muscular sem apertar ou encostar os dentes;
  • projetar a mandíbula a frente ou para o lado;
  • pressionar com força a língua contra os dentes;
  • colocar a língua entre os dentes;
  • morder a língua as bochechas ou os lábios;
  • morder objetos tais como cabelo cachimbo, lápis, canetas, dedos, unhas, utilizar pastilha elástica, tocar um instrumento musical que envolva o uso da mandíbula (i.e. maxilar inferior) ou boca (por exemplo, instrumentos de sopro, metal ou madeira, ou instrumentos de corda), inclinar-se com a mandíbula sobre a mão ou a descansar o queixo na mão e fazer a mastigação dos alimentos  só de um lado (mastigação unilateral).

Bruxismo

O bruxismo é definido como uma atividade repetitiva dos músculos da mastigação caracterizada por apertamento ou ranger dos dentes e/ou compressão da mandíbula.

Tem duas manifestações distintas: bruxismo do sono (ou noturno), que são atividades musculares mastigatórias que ocorrem durante o sono e o bruxismo de vigília (ou diurno), caracterizado como apertamento repetitivo dos dentes e/ou compressão da mandíbula.

O diagnóstico do bruxismo pode ser feito de forma subjetiva pelo auto-relato de ranger os dentes ou pelo parceiro, bem como pelo exame clínico através da avaliação de vários sinais como o desgaste dos dentes, o trauma das mucosas e da língua, entre outros.

Existem vários tipos de tratamento para os efeitos deletérios do bruxismo, como goteiras oclusais, tratamento cognitivo comportamental, fisioterapia com alongamentos, exercícios e massagem nos músculos da mastigação, aplicação de toxina botulínica e tratamento farmacológico.

Bruxismo nas crianças

Nas crianças a prevalência desta atividade repetitiva de apertar ou ranger os dentes varia entre 5%-40%, dependendo da faixa etária.

Na infância, em especial quando ainda não nasceram todos os dentes, o bruxismo pode estar relacionado com a instabilidade oclusal, isto é, com a ausência de uma relação definida entre os dentes da maxila e da mandíbula.

No entanto esta parafunção deve ser sempre considerada um fator de alerta para outras alterações que possam estar a acontecer simultaneamente ao crescimento da criança.

Os pais devem estar atentos a sinais de ansiedade relacionados com mudança de escola, problemas familiares, nascimento de novo membro na família ou excesso de atividades extracurriculares. Também podem ser considerados fatores de risco para o bruxismo a respiração disfuncional (dormir de boca aberta) ou alterações do sono.

Nestas circunstâncias é importante identificar os motivos que justifiquem alterações de comportamento da criança e melhorar as condições que garantam uma boa higiene do sono (criar um ambiente calmo antes de dormir e evitar aparelhos eletrónicos).

Para o tratamento de outros fatores de risco associados ao bruxismo pode ser necessária uma intervenção multidisciplinar envolvendo a medicina dentária (para problemas de oclusão e disfunção temporomandibular), a otorrinolaringologia, a pneumologia, a pedopsiquiatria, entre outros.

Escrito por Dra Joana Sardinha

As desordens temporomandibulares constituem um grupo de patologias que afetam os músculos da mastigação

A articulação temporomandibular é uma articulação complexa que permite os movimentos da mandíbula (maxilar inferior) necessários para falar e mastigar, movimentos que habitualmente não apresentam restrições e são indolores.

Quando a articulação está disfuncional (com dor ou limitação) definimos como disfunção da articulação temporomandibular ou desordem temporomandibular.

Desordens temporomandibulares

As desordens temporomandibulares constituem um grupo de patologias que afectam os músculos da mastigação, a articulação temporomandibular e/ou estruturas associadas.

A seguir às dores crónicas da região lombar, as desordens temporomandibulares são a segunda condição de dor crónica músculo-esquelética e a mais prevalente na região orofacial, afetando 5-12% da população.

A maior incidência desta patologia atinge a faixa etária entre os 20 e 45 anos, sendo mais frequente nas mulheres do que nos homens. Com o avanço da idade a necessidade de tratamento representa cada vez maior relevância.

O sinais e sintomas mais comuns são a dor orofacial, os ruídos (estalos) ou crepitações (sensação de areia) da articulação, a limitação e desvios nos movimentos mandibulares.

São exemplos de queixas dos pacientes a dor no local da articulação, ouvir ou sentir estalos ou sensação de areia ao abrir ou fechar a boca, ter sensação de boca presa, ter dor de cabeça ou cansaço nos músculos da mastigação.

A etiologia desta disfunção é multifatorial e individual sendo considerados como fatores etiológicos as desordens do sono, o stress físico, emocional e oclusal.

De entre os fatores etiológicos das desordens temporomandibulares podem salientar-se os fatores predisponentes que aumentam o risco de disfunção, os fatores precipitantes que desencadeiam o seu início e os fatores perpetuantes, que impedem a cura e favorecem a permanência da disfunção.

Nos fatores etiológicos precipitantes estão incluídos os comportamentos orais que são microtraumatismos (traumas repetitivos de baixa intensidade).

Os comportamentos orais englobam uma ampla gama de comportamentos que envolvem os músculos orais e faciais mas sem ter uma finalidade funcional e são exemplo disso:

  • apertar/ranger durante o sono (bruxismo do sono);
  • apertar/ranger os dentes durante horas em que acordado (bruxismo diurno);
  • criar tensão muscular sem apertar ou encostar os dentes;
  • projetar a mandíbula a frente ou para o lado;
  • pressionar com força a língua contra os dentes;
  • colocar a língua entre os dentes;
  • morder a língua as bochechas ou os lábios;
  • morder objetos tais como cabelo cachimbo, lápis, canetas, dedos, unhas, utilizar pastilha elástica, tocar um instrumento musical que envolva o uso da mandíbula (i.e. maxilar inferior) ou boca (por exemplo, instrumentos de sopro, metal ou madeira, ou instrumentos de corda), inclinar-se com a mandíbula sobre a mão ou a descansar o queixo na mão e fazer a mastigação dos alimentos  só de um lado (mastigação unilateral).

Bruxismo

O bruxismo é definido como uma atividade repetitiva dos músculos da mastigação caracterizada por apertamento ou ranger dos dentes e/ou compressão da mandíbula.

Tem duas manifestações distintas: bruxismo do sono (ou noturno), que são atividades musculares mastigatórias que ocorrem durante o sono e o bruxismo de vigília (ou diurno), caracterizado como apertamento repetitivo dos dentes e/ou compressão da mandíbula.

O diagnóstico do bruxismo pode ser feito de forma subjetiva pelo auto-relato de ranger os dentes ou pelo parceiro, bem como pelo exame clínico através da avaliação de vários sinais como o desgaste dos dentes, o trauma das mucosas e da língua, entre outros.

Existem vários tipos de tratamento para os efeitos deletérios do bruxismo, como goteiras oclusais, tratamento cognitivo comportamental, fisioterapia com alongamentos, exercícios e massagem nos músculos da mastigação, aplicação de toxina botulínica e tratamento farmacológico.

Bruxismo nas crianças

Nas crianças a prevalência desta atividade repetitiva de apertar ou ranger os dentes varia entre 5%-40%, dependendo da faixa etária.

Na infância, em especial quando ainda não nasceram todos os dentes, o bruxismo pode estar relacionado com a instabilidade oclusal, isto é, com a ausência de uma relação definida entre os dentes da maxila e da mandíbula.

No entanto esta parafunção deve ser sempre considerada um fator de alerta para outras alterações que possam estar a acontecer simultaneamente ao crescimento da criança.

Os pais devem estar atentos a sinais de ansiedade relacionados com mudança de escola, problemas familiares, nascimento de novo membro na família ou excesso de atividades extracurriculares. Também podem ser considerados fatores de risco para o bruxismo a respiração disfuncional (dormir de boca aberta) ou alterações do sono.

Nestas circunstâncias é importante identificar os motivos que justifiquem alterações de comportamento da criança e melhorar as condições que garantam uma boa higiene do sono (criar um ambiente calmo antes de dormir e evitar aparelhos eletrónicos).

Para o tratamento de outros fatores de risco associados ao bruxismo pode ser necessária uma intervenção multidisciplinar envolvendo a medicina dentária (para problemas de oclusão e disfunção temporomandibular), a otorrinolaringologia, a pneumologia, a pedopsiquiatria, entre outros.

Escrito por Dra Joana Sardinha

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